O modelo construível com a Moser Associates
Conversamos com Jason Li, Associado e Charles Corley, Diretor de Desenvolvimento Organizacional da M Moser Associates sobre como o design e a construção virtuais complementam uma abordagem integrada de design e entrega de projetos.
Nos últimos quinze anos, a M Moser, uma empresa global de AEC com um extenso histórico em design e construção de locais de trabalho, usou o SketchUp não apenas para design e conceituação, mas como uma ferramenta de comunicação vital durante todo o processo de entrega do projeto.
Renderização de espaço de escritório, sem economizar nos detalhes.
O que significa o termo “VDC” para M Moser?
Charles: É Design e Construção Virtual e, com isso, queremos dizer um fluxo de trabalho de modelagem 3D totalmente construível que capacita qualquer parte interessada a entender e participar de um projeto. Podemos criar um ambiente virtual de trabalho que torna tudo claro para todos os participantes do projeto, independentemente do treinamento ou da experiência. Em vez de depender de um conjunto de documentos altamente codificados ou planos e desmontados, uma referência visual é universal. Uma mesa parece uma mesa; uma parede parece uma parede. Você não precisa de um intérprete especializado em documentos de construção para entender completamente e colaborar.
A M Moser prefere assumir o máximo possível da responsabilidade em um projeto. O melhor cenário é que somos o designer, o engenheiro, o comprador e o empreiteiro. O entregável, se quiser, é o projeto concluído. Em todos os nossos escritórios em todo o mundo, usamos design e construção virtuais por uma necessidade de que todos se entendam. Temos uma variedade de culturas, entendimentos e origens em construção. Queremos que as pessoas se envolvam significativamente e tirem o melhor proveito da contribuição e experiência umas das outras, construindo um projeto no SketchUp bem antes de chegar ao site. O VDC é uma ferramenta de comunicação que coloca todos no caminho para alcançar o resultado certo.
Em que tipos de projetos vocês se concentram como empresa?
Charles: Projetamos e construímos locais de trabalho. Não apenas escritórios corporativos, mas campi corporativos, laboratórios, hospitais privados, instalações educativas privadas e locais de trabalho de todos os tipos. Você nomeia, nós fizemos.
Usar uma ferramenta ágil como o SketchUp também é extremamente importante, pois esses tipos de projetos podem estar em constante mudança. Com projetos de construção mais tradicionais, você tem que definir as coisas bem antes da construção por muitas razões, como autorizações, cálculos estruturais e pedidos de materiais. Mas os locais de trabalho, mesmo os extremamente grandes, podem permanecer fluidos no design. Até mesmo o tamanho das instalações pode mudar consideravelmente. Os departamentos podem se movimentar. Fusões e aquisições podem mudar todo o cenário do escritório.
“A flexibilidade do SketchUp permite que toda a equipe, incluindo clientes, especialistas e empreiteiros, acompanhe.”
A construção virtual começa a se tornar tangível.
Renderizar; não apenas uma fachada bonita, a engenharia pode ser igualmente atraente.
Há algo único na forma como vocês trabalham?
Charles: De certa forma, somos uma espécie de “enfant terrible”. Somos radicais em relação à mudança e estamos em constante evolução na forma como pensamos sobre informações de construção. Onde muitas empresas estão imersas em documentação mais tradicional, nós estamos tentando fazer de qualquer registro de informações de construção um subproduto da colaboração real e do trabalho 3D.
Não queremos enviar pilhas de documentos para pessoas que nunca os viram antes e dizer: “Leia isso e volte para nós com um preço”. Preferimos envolvê-las desde o início. Ou seja, todos os negócios, empreiteiros, fornecedores e o cliente trabalham juntos em 3D, desde o conceito até a conclusão.
Estamos tentando sacudir a árvore onde muitas pessoas não querem mudar. Jason e eu temos muitas histórias de guerra sobre como as pessoas são incrivelmente teimosas em mudar e não desejam considerar alternativas. Derrubamos muitas suposições como: “Você não pode usar o SketchUp para documentos oficiais a serem enviados ao governo”, ou “não é preciso o suficiente”, ou “não podemos colaborar com consultores usando outros programas”. Esses argumentos se dissolveram e caíram no esquecimento.
Jason: A M Moser pode ser considerada bastante única na indústria porque nosso foco não é apenas o design. Devemos considerar os empreiteiros e o edifício. Para muitas empresas, seu papel termina quando entregam os projetos e documentos concluídos, enquanto nós entregamos um resultado completo. E mesmo além disso, nosso papel às vezes continua na operação e manutenção.
Os detalhes da construção no LayOut podem ser modelados para todos os projetos em uma região.
Seus designers são encarregados de criar modelos construíveis. Eles podem fazer isso na primeira passagem?
Charles: Nem todo designer tem experiência para realmente entender de construção. Eles tendem a desenhar a intenção do design, então eles têm que trabalhar com os outros para descobrir o que é possível.
Como exemplo, recentemente tivemos uma equipe discutindo um intrincado balcão de recepção. O empreiteiro na sala disse: “Se a mesa fosse quatro polegadas mais curta, poderíamos usar componentes prontos e não teríamos que fabricar peças personalizadas”. O designer fez a mudança naquele momento, racionalizando que ela realmente não impactaria o visual geral, mas ofereceu uma redução significativa no custo e no prazo de entrega. Milhares de discussões colaborativas como essa ocorrem constantemente, muitas das quais não seriam possíveis em 2D.
Jason: Colaboramos diariamente; não é realmente como uma fábrica onde eu faço meu trabalho e passo para outra pessoa, ou digo “aqui está uma pilha de desenhos, você vai e faz”. Os projetos são realizados através de discussão e brainstorming. As pessoas têm origens diferentes e desta forma podemos realmente evitar interpretações erradas do que o designer pretendia.
As pessoas sempre terão opiniões diferentes, então sempre vai conforme o planejado?
Charles: O que você veria em nossas reuniões seria um grupo de pessoas de profissões muito diferentes, olhando para um modelo sendo girado em uma tela grande. A pessoa que lidera a reunião não está apresentando todas as respostas, ela é a “principal questionadora”. A equipe responde às questões em conjunto, marcando o modelo ao vivo e fazendo capturas de tela. Ela fala sobre o que precisa mudar e, às vezes, até faz essas mudanças no momento. Trata-se muito de uma atividade de equipe.
A ideia de sucesso vem principalmente do cliente, mas muitas vezes há várias opiniões. Uma pessoa pode dizer: “Quero ter certeza de que tenho a quantidade correta de salas de reunião”. Outra pessoa diz: “Quero ter certeza de que terminamos a tempo”. Outra fala: “Quero ter certeza de que meu chefe vindo do exterior está feliz” e assim por diante. Esses objetivos se misturam e resultam em um projeto bem-sucedido.
Jason: Estamos usando o VDC como uma metodologia para garantir que designers, engenheiros, profissionais, especialistas e o cliente possam se comunicar em uma plataforma igualitária. Nosso objetivo é que todos entendam os objetivos do projeto para alcançar resultados.
A criação de modelos 3D construíveis parece ser um exercício demorado. É mais eficiente do que parece?
Charles: Muitos diriam que você pode fazer algo no AutoCAD mais rápido ou mais fácil do que no SketchUp. Descobrimos que não é o caso se você o usa de forma inteligente. Muitas vezes há uma falsa compreensão da eficiência do tempo. Entregue um projeto a alguns projetistas e eles podem passar centenas de horas fazendo os desenhos, não tendo tempo para entender a construção. Uma parte interessada sênior teria então que percorrer cada página dos desenhos para verificá-los, aplicando os 20 anos de experiência necessários para efetivamente decifrá-los. Além disso, há as perspectivas. Os visualizadores podem gastar uma quantidade excessiva de tempo configurando renderizações bonitas, mas apenas um número limitado delas. Todas essas horas realmente se somam.
Jason: O VDC obriga as pessoas que estão fazendo os desenhos a pensar no que estão construindo, não podem simplesmente traçar linhas. Com a nossa metodologia, o modelador cria tudo no SketchUp. Em seguida, o modelo será dividido em diferentes janelas de visualização no LayOut para ver imediatamente se algo não está funcionando.
“A principal diferença é que qualquer mudança é imediatamente refletida por todo o conjunto. O trabalho de todos é mais rápido e fácil.”
Todo o fluxo de trabalho é compactado e mais evidente para todos à primeira vista. Os erros são evidentes: “Ah, olha, esse muro não está atendendo o montante corretamente”. Podemos ver onde a construtibilidade está correta e onde ela está falhando, e podemos detectá-la cedo. Também há menos tempo gasto em visualizações. Podemos usar uma extensão para fazer rapidamente perspectivas de qualquer posição em minutos, em vez de horas.
Coloque todos na mesma página com animações de fly-through 3D explodidas.
Que perspectivas seus clientes podem esperar ver nas etapas iniciais do design?
Jason: Nosso objetivo é oferecer visuais espetaculares para ajudar a transmitir nossa ideia. Houve uma época em que tínhamos uma equipe de especialistas em visualização dedicada à renderização, mas isso se tornou um gargalo porque era preciso reservar tempo com os poucos visualizadores 3D treinados naquele software.
Agora estabelecemos maneiras de fazer o máximo que pudermos no SketchUp, que é a maneira mais rápida. Não há uma curva de aprendizado íngreme. Todo mundo pode tê-lo e todos podem usá-lo para desenvolver renderizações lindas com extensões. Não precisamos de tantos especialistas. Em Xangai e Singapura, usamos renderizadores como o Enscape. Na Índia, nos inclinamos mais para renderizadores baseados em CPU, incluindo o SU Podium.
Charles: Também tivemos um problema com perspectivas desenhadas por terceiros. Um designer usaria freestyle para melhorar a aparência de algo. Nesse processo, ele poderia ter uma compreensão detalhada de como seria o interior, mas muitas vezes deixava de fora as saídas de ar, painéis de acesso, linhas de junta e extintores de incêndio porque achava que eram feios. Pior ainda, ele ampliava ou encolhia objetos para dar uma falsa impressão de como seria a experiência.
Ao fazer a transição para a metodologia VDC, garantimos que as perspectivas permaneçam realistas. Também podemos entregar renderizações bonitas instantaneamente, para que você possa ver rapidamente as coisas de um ponto de vista diferente. Há uma agilidade que se perde ao criar perspectivas com outros fluxos de trabalho em que as mesmas exibições limitadas são atualizadas repetidamente.
Sua metodologia atravessa regiões?
Charles: Desenvolvemos nossa abordagem porque trabalhamos com empreiteiros treinados de maneiras muito diferentes e, em certa medida, isso continua até hoje. No entanto, pensamos que o aspecto de construtibilidade do VDC é aplicável em qualquer lugar. Há um grande valor em ser capaz de fazer maquetes virtuais e dizer: “Você tem certeza de que é isso que você quer? Porque olha aqui, isso poderia ser melhorado.”
“Os modelos construíveis eliminam o desperdício de recursos e materiais e permitem uma atenção sem precedentes aos detalhes antes de chegar ao local.”
Se pensarmos em tudo em um projeto como sistemas separados que devem se unir, há uma enorme quantidade de coordenação necessária no que era tradicionalmente chamado de estágio de desenvolvimento de design . Agora escolhemos chamar isso de desenvolvimento integrado porque estamos essencialmente combinando os sistemas de energia, iluminação, divisórias e mobiliário.
O estágio de desenvolvimento integrado é onde grande parte da mudança ocorre e as decisões são tomadas. A documentação para o registro é a lembrança do que havíamos acordado durante todo esse esforço colaborativo. Os documentos podem ainda ser necessários, mas registram o que já foi trabalhado e compreendido por todos e não servem para obter esse acordo. Isso foi feito por meio de um modelo altamente construível: uma construção virtual.
Sobre a M Moser Associates
A M Moser Associates é especializada no design e entrega de ambientes de trabalho desde 1981, com clientes dos setores corporativo, de saúde privada e de educação. Com mais de 900 funcionários em 16 escritórios em três continentes, a empresa oferece uma abordagem holística para ambientes de trabalho físicos e digitais de todas as escalas.