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Arquitetura passiva: promovendo um futuro sustentável

Preocupações com as mudanças climáticas e as emissões de carbono continuam a crescer, levando mais governos, empresas e formuladores de políticas a buscar contribuições e soluções do setor da construção e infraestrutura (ambiente construído).

Edifício Gorecki Alumni Center

Gorecki Alumni Center da JLG Architects, o primeiro projeto com certificação LEED Platinum na Dakota do Norte

De acordo com a Architecture 2030, o ambiente construído é responsável por 42% das emissões de carbono anuais no mundo todo. Ao mesmo tempo, os especialistas preveem que o pico mais relevante no crescimento de construções e infraestrutura ocorrerá nos próximos 40 anos.

Essa rápida onda de expansão exige uma nova maneira de pensar sobre como as estruturas são projetadas, construídas e operadas.

Conheça o design passivo, considerado por alguns o futuro da arquitetura.

Introdução à arquitetura passiva

A arquitetura passiva, também conhecida como design passivo de construção, é uma estratégia que aproveita recursos naturais, como luz solar e vento, para criar um ambiente confortável, com eficiência energética e ecologicamente correto.

Esse método diminui a necessidade de sistemas tradicionais de aquecimento e resfriamento, reduzindo a pegada de carbono de um edifício e o impacto geral no clima.

A arquitetura passiva ganhou popularidade pela primeira vez durante a crise energética dos Estados Unidos, na década de 1970. Depois, se tornou um movimento global, foi aprimorado na Alemanha e se espalhou para a Escandinávia, Chile e outros locais.

Benjamin Banneker High School, um edifício moderno com fachada vermelha

ABenjamin Banneker High School, em Washington, DC, é um edifício com certificação LEED Platinum. É o colégio de ensino médio com o melhor desempenho energético nos EUA. Imagem cortesia de Perkins Eastman.

Principais pilares da arquitetura passiva

A construção passiva engloba os recursos naturais e o clima local, seguindo princípios fundamentais de design. Com essas estratégias, é possível atingir um alto nível de eficiência energética sem comprometer o conforto. O objetivo final é construir edifícios melhores para as pessoas e para o meio ambiente.

Confira pilares essenciais do design passivo:
A abordagem “fabric first” visa deixar os edifícios o mais herméticos possível, o que permite usar muito menos energia para aquecimento e resfriamento. A estratégia AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) garante aos ocupantes temperaturas confortáveis e boa qualidade do ar. 

  • Os envelopes de construção evitam a perda do ar condicionado e minimizam a umidade.
  • O uso de materiais de alto desempenho otimiza o isolamento das paredes, janelas, pisos e telhados, além de oferecer durabilidade superior.
  • As estruturas de sombra bloqueiam a luz solar direta para minimizar a claridade e o superaquecimento.
  • Os tamanhos e posições das janelas recebem ou bloqueiam a energia solar para propiciar o aquecimento e o resfriamento.
  • A orientação do edifício otimiza a exposição natural à luz do dia, reduzindo o consumo de energia.
  • Materiais de alta massa térmica, como concreto, pedra e tijolo, absorvem calor ao longo do dia, equilibrando as temperaturas e permitindo a recuperação da umidade.
  • Os sistemas de troca de calor permitem manter as temperaturas internas desejadas conforme o ar fresco é puxado.

O padrão Passivhaus, criado pelo Dr. Wolfgang Feist de Darmstadt, na Alemanha, define requisitos rigorosos para o design passivo. Mas outros padrões também promovem práticas de construção verde, incluindo o sistema de classificação LEED, do U.S. Green Building Council, e o Minergie International, da Confederação Suíça. 

Um edifício moderno em um pedaço de grama

Casa Iowa Nest da Sterner Design, uma residência unifamiliar com energia líquida zero

Benefícios para as pessoas e para o planeta: por que adotar a arquitetura passiva

A arquitetura passiva oferece inúmeros benefícios aos moradores, empresas, governos e à Terra. Para os proprietários, o design passivo oferece mais conforto, qualidade de vida e contas de energia reduzidas. Além disso, ajuda os governos e corporações locais a atingir as metas de emissão de carbono.

Veja os principais benefícios da arquitetura passiva, definidos pelo Passivehaus Trust do Reino Unido.

1. Aumento no desempenho do edifício
O design passivo oferece desempenho superior em todos os aspectos do edifício, incluindo consumo de energia reduzido, ventilação mais eficaz e construção de maior qualidade. As casas passivas são mais resilientes e menos propensas a danos, um benefício que se torna ainda mais importante considerando as mudanças climáticas e o aumento dos desastres naturais.

2. Redução das emissões de carbono
Os cientistas concordam que é preciso alcançar emissões líquidas zero até 2050 para manter um clima habitável. Essa transição é um dos desafios atuais mais urgentes, e não pode ser alcançada sem a transformação massiva da infraestrutura. O design passivo desempenha um papel vital na jornada “net zero”, ajudando a reduzir as emissões de carbono e diminuindo significativamente a demanda nos momentos de pico.

3. Melhoria da saúde e bem-estar
A má qualidade do ar interior pode causar diversos problemas de saúde. Embora não seja uma cura, a arquitetura passiva ajuda a aliviar os impactos à saúde, propiciando uma ventilação melhor, reduzindo os poluentes do ar e aproveitando a luz do dia. Os edifícios passivos têm menos probabilidade de superaquecer no verão ou de ficar muito frios no inverno, melhorando a qualidade de vida dos habitantes.

4. Maior economia
Operar edifícios passivos é mais econômico, mas os benefícios financeiros não param por aí. Eles também podem conter a insegurança energética, aumentar o valor do capital, diminuir os custos de manutenção e reduzir os custos dos empréstimos com as hipotecas verdes. Os edifícios passivos têm menos probabilidade de ter períodos de vacância e mantêm o valor no caso de futuras legislações sobre emissões de carbono.

Edifício com design inovador e formas triangulares

Scion Innovation Hub na Nova Zelândia, um edifício mundialmente famoso com carbono zero feito todo de madeira. Imagem cortesia de RTA Studio.

Equívocos comuns sobre a arquitetura passiva

Apesar de a arquitetura passiva estar ganhando mais popularidade, alguns equívocos persistem. Vamos desmascarar alguns dos mitos mais comuns:

1. A arquitetura passiva é mais cara
O design passivo não é necessariamente mais caro do que as estratégias de construção tradicionais.
As casas passivas podem custar de US$ 1.600 a US$ 5.400 por m², dependendo da qualidade dos acabamentos, localização e outros fatores. É uma faixa de preços menor do que a de uma casa tradicional.

No entanto, os custos operacionais são significativamente menores do que nas construções tradicionais, oferecendo grandes economias no ciclo de vida total do edifício. Um estudo revelou que o design passivo pode reduzir os custos do ciclo de vida de 12 a 52%, com tempo de retorno do investimento a partir de seis meses.

Um design bem-pensado pode reduzir ainda mais os custos de construção. Empresas como a Passive Design Solutions projetam casas passivas pelo mesmo custo que as casas tradicionais.

2. A arquitetura passiva limita o design
Os edifícios passivos não precisam ser limitados quanto ao design, função ou estética. Da Villa A na Áustria à OutsideIN House no Chile, as casas passivas de hoje variam em estilo, do moderno e tradicional ao vanguardista. 

A arquitetura passiva comercial é igualmente variada em estilo e complexidade. Sheikh Khalifa Medical City, em Abu Dhabi, e The Crystal, em Londres são dois exemplos de design sustentável de renome mundial.

3. A arquitetura passiva serve apenas para edifícios residenciais 
Programas de certificação residencial, como o Built Green no estado de Washington, estão ajudando a acelerar o movimento de casas passivas nos EUA. Mas o design passivo não se limita às construções residenciais. Projetos comerciais de grande escala, como arranha-céus, hotéis e escolas, oferecem grandes oportunidades para reduzir o consumo de energia e causar impacto positivo com a arquitetura sustentável. 

O Winthrop Center, em Boston, é o maior edifício de escritórios passivo do mundo, com certificações da Passivehaus, LEED Platinum e WELL Gold. Outro exemplo é o edifício Solar XXI em Lisboa, Portugal, que usa uma combinação de princípios do design passivo e tecnologias de energia renovável para criar um laboratório nacional com baixo consumo de energia.

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A arquitetura passiva tem o potencial de transformar completamente a maneira como os humanos vivem, trabalham e se desenvolvem em harmonia com o planeta. Ela aumenta o desempenho da construção, protege os recursos do planeta e proporciona conforto e bem-estar elevados.

A imagem mostra a análise da iluminação natural de uma casa residencial no Sefaira

Análise da iluminação natural de uma casa residencial usando SketchUp e Sefaira. Imagem cortesia de Sterner Design.

Ferramentas como PreDesign e Sefaira oferecem um processo de design passivo simples, com análises nas etapas iniciais para melhorar o desempenho da construção. Acompanhando o ritmo dinâmico do design esquemático e conceitual, o SketchUp trabalha continuamente na inovação de tecnologias avançadas para propiciar sustentabilidade na arquitetura.

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Quer saber mais sobre projetos de design sustentável? Leia aqui:
Perkins Eastman: Projetando ambientes de aprendizagem de energia líquida zero
Studio St. Germain - Como combinar estilo e sustentabilidade usando o Sefaira (conteúdo disponível apenas em inglês).
Dicas para projetar uma casa de energia zero sustentável
Como a VMDO ganhou dois prêmios nacionais de arquitetura da AIA com o SketchUp (conteúdo disponível apenas em inglês).

Conheça quem escreveu

Quando não está escrevendo conteúdo, Mahenoor pode ser encontrada na academia ou explorando novos lugares com amigos e familiares. O amor pelas caminhadas, viagens e por conhecer novas culturas e pessoas a leva a lugares estranhos e maravilhosos. Quando não está de férias, ela gosta de aprender e se desenvolver.

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